"Acostumada ao luxo e ao fausto, vendia-se para a soldadesca exigente e os generais aquinhoados de ouro e de prata, na ânsia de encontrar a felicidade.
No entanto, quanto mais se dividia entre os cuidados do corpo, em seu palacete em Magdala, mais sua alma desejava o toque da suavidade e ansiava o encontro com o homem com o qual sonhara durante toda a sua existência. […]
Buscando em sua eterna caminhada, aquela alma feminina, cansada dos caminhos tortuosos aos quais se entregara, encontrou a casa singela de Barjonas, a pousada do céu entre as montanhas da Galiléia e as margens do Tiberíades. […] Maria, quedando-se na entrada da vivenda de Barjonas, viu o reflexo das estrelas nos olhos e cabelos daquele homem incomum. Sua voz, murmurando algumas palavras, penetrou-lhe qual espada afiada na alma aflita, promovendo a cirurgia profunda no espírito enfermo:
— Maria! Como eu esperei por ti.
— Raboni!—respondeu-lhe a mulher,cujos olhos fixos no infinito, que se estampou no olhar daquele homem, pareciam mergulhar na eternidade.
O encontro da Terra e do céu fez com que as algemas do passado fossem rompidas, e a transformação das sombras em divinas claridades ficou para sempre registrada na luz astral, imaterial, que percorre o universo […] Após breve diálogo, pois as grandes almas não têm necessidade de palavras complicadas, Maria retorna a Magdala, desfaz-se de seu palacete e doa suas jóias e seus bens aos miseráveis do caminho.
Retorna à Galiléia e volta aos caminhos de Cafarnaum, procurando seguir as pegadas do rabi pelos recantos do mundo. Por onde quer que Ele andasse, uma sombra silenciosa de mulher o seguia, e após um a um de seus discípulos o abandonarem entre a chibata do verdugo e a revolta do mundo, ela, Maria de Magdala, se transforma na mensageira da ressurreição, a emissária divina para a boa-nova do reino do amor, que se estabelecia na Terra.” Do livro “Mulheres do evangelho”, de Robson Pinheiro pelo espírito Estêvão.
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