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sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

ESPÍRITO DE NATAL SOB A ÓTICA ESPÍRITa

ESPÍRITO DE NATAL SOB A ÓTICA ESPÍRITA

24/12/2014 14:36
O Momento de Luz de hoje ainda trata do Natal, mais especificamente desse tal “Espírito de Natal”.
A proposta é entendermos mais um pouquinho os símbolos dessa data mundial e possamos atribuir, cada vez mais, significado a essa festa.
Um desafio, mas também uma diversão do ser.
Bom caminho para todos.


ESPÍRITO DE NATAL SOB A ÓTICA ESPÍRITA

Marcos Paterra

Natal, uma época repleta de magia e que em muitos gera o senso de solidariedade, o chamado: “Espírito de Natal”.
Todos esperam os presentes de Papai Noel (que além de possuir renas que voam, tem uma fábrica de brinquedos), afinal o espírito de natal é relacionado com fartura na mesa, brinquedos para as crianças e presentes entre adultos.
O comercio estimula as compras nessa época do ano, dando a entender que estamos dessa forma comemorando do nascimento de Cristo. Nascimento esse que sempre esteve envolvido em controvérsias; para a maioria (principalmente no Ocidente) é vinte e cinco de dezembro, mas, há estudiosos que afirmam que é  primeiro de Janeiro, outros dia seis do  mesmo mês , para os chineses o natal seria em março, dando-nos  mostras de divergentes datas mas...convergentes histórias.
Em verdade a data festiva foi um arranjo inventado devido a moralização das festas pagãs que eram realizadas entre 17 e 23 de dezembro pelos romanos, em homenagem ao Deus Saturno (festas Saturnais), também denominadas como as “festas dos escravos”, em razão de ser- -lhes concedidas oportunidades de prazeres, aumento da quota de alimentos, diminuição dos trabalhos a que se encontravam submetidos especialmente nos campos. A igreja que enriqueceu através dos tempos pela incorporação de hábitos e costumes de varias culturas, como por exemplo, a árvore natalina é contribuição alemã do século VIII; o Papai Noel Também conhecido como São Nicolau, nasceu na Turquia no século IV; e os cartões de natal foram criados na Inglaterra, por volta do século XIX.
Todavia temos de salientar a importância desses gestos em nosso inconsciente, por exemplo, a arvore natalina que conforme Carl Gustav Jung[i] em seu livro “A Natureza da Psique” é um: “[...] arquétipo[ii] é natureza pura, não deturpada”  [iii], mostrando o olhar inconsciente do ato de presentear ou enfeitar a arvore no natal; Jung afirmava que: “Existem tantos arquétipos quanto às situações típicas da vida. Uma repetição infinita gravou essas experiências em nossa constituição psíquica, não sob a forma de imagens saturadas de conteúdo, mas a princípio somente como formas sem conteúdo que representavam apenas um certo tipo de percepção e ação. Quando ocorre uma situação correspondente a determinado arquétipo, esse arquétipo é ativado.” e complementa em sua obra “Os arquétipos e ο inconsciente coletivo”  :
“[...] no fundo, o homem jamais soube o que significavam, e só recentemente a humanidade protestante percebeu que não temos a menor idéia do que quer dizer o nascimento virginal, a divindade de Cristo, e as complexidades da Trindade? Até parece que essas imagens simplesmente surgiam e eram aceitas sem questionamento, sem reflexão, tal como as pessoas enfeitam as árvores de Natal e escondem ovos de Páscoa, sem saberem o que tais costumes significam. O fato é que as imagens arquetípicas têm um sentido a priori tão profundo que nunca questionamos seu sentido real.”[iv]
Mas... O “Espírito Natal”? Em meio a todos esses processos inconscientes de imagens e ações, o que realmente representa? Seria trocar presentes ou enfeitar arvores?
De acordo com a doutrina espírita, Jesus foi o divulgador da segunda revelação da lei de Deus, pois a primeira viera com Moisés, no monte Sinai, onde recebera a tábua dos Dez Mandamentos. Como Moisés misturou a lei humana com a lei divina, Jesus veio para retificar o que de errado havia, como é o caso de transformar a lei do “olho por olho” e a do “dente por dente” na lei do amor e do perdão. A sua pregação da boa nova veio ensinar ao homem a lei de causa e efeito e da justiça divina, quer seja nesta ou na outra vida, ou seja, a vida futura. Allan Kardec, com o auxílio dos Espíritos superiores, deu continuidade a esta grande obra de elucidação dos caminhos da evolução.
Caibar Schutel nos explica no livro “Espiritismo para as Crianças” (1918) cap. Noções do Evangelho:
“O que quer dizer Evangelho?   Boa-Nova – Nova de Salvação.
Qual o fundador do Evangelho? Jesus Cristo, o Diretor do nosso sistema planetário, que veio à Terra com a especial missão de trazer, a todos, a Religião do Amor.” [v]
No livro o Roteiro[vi], o espírito de Emmanuel afirma que antes de Cristo, a educação era lamentavelmente pobre, o cativeiro era lei, os pais podiam vender seus filhos etc. Jesus, entretanto começa uma nova era. Seus discípulos iluminados com sua divina influência consagram-se em serviços  semelhantes; Simão Pedro  e os companheiros dedicam-se aos doentes e infortunados, instituem casas de socorro para necessitados  e escolas de evangelização para o espírito popular.  
 Sobre esse prisma Augusto Cury nos brinda com frase:
“Ele (Jesus) foi o mestre da sensibilidade. Muitos queriam milagres, mas ele demonstrou que o maior milagre estava em descobrir os segredos das coisas simples e quase imperceptíveis. [...] Jesus contemplava tanto os elementos da natureza, como as sementes, as árvores, o tempo, os pássaros que os utilizava com maestria em suas parábolas para promover a arte de pensar. Ele foi o Mestre dos mestres da qualidade de vida porque sempre achou tempo para fazer das pequenas coisas um espetáculo aos seus olhos”.[vii]
O espírito do Natal deve ser entendido como a lembrança dos ensinos de Jesus em cada uma de nossas ações. Se em nosso dia a dia estivermos estendendo simpatia para com todos, estaremos aplicando com eficiência a “Boa Nova” tão bem divulgada por Cristo.
Esse ano, quando estivermos comemorando o nascimento de Cristo, que tenhamos consciência de nossos atos... Que nos lembremos dos ensinamentos de Jesus.
Feliz Natal... E que o “Espírito de Natal” contamine a todos e perdure em vossas mentes por todos os dias por vários anos!



Referencias Bibliográficas:
[i] Carl Gustav Jung (Kesswil, 26 de julho de 1875 — Küsnacht, 6 de junho de 1961) foi um psiquiatra suíço e fundador da psicologia analítica, também conhecida como psicologia junguiana.
[ii] Arquétipo é uma palavra que vem do grego arché que significa “princípio” e typos que significa “modelo”. Assim, originalmente arquétipo seria um modelo do princípio das coisas. * Os princípios devem orientar-se por um modelo e essa representação dos modelos são os chamados arquétipos. * Arquétipos  é uma impressão psicológica que daria à psique uma faculdade para formar sempre as mesmas imagens, ou para reagir de modo sempre semelhante a circunstâncias dadas.
[iii] Jung. Carl. G.  A Natureza da Psique.  Tradução de Pe. Dom Mateus Ramalho Rocha, OSB . Cap. G. PATTER OS BEHAVIOR [FORMA COMPORTAMENTAL] E ARQUÉTIPO. Ed. Vozes. Petrópolis/RJ. 1971
[iv] Jung. Carl. G. Os arquétipos ε ο inconsciente coletivo. Tradução Maria Luíza Appy, Dora Mariana R. Ferreira da Silva Ed. Vozes. Petrópolis/RJ 2000. 
[v] SOUZA, Schutel Cairbar Espiritismo para as Crianças. Casa Editora o Clarim. Matão/SP 2000.
[vi] XAVIER, Francisco C. O Roteiro, cap. 21. Ed. FEB. Rio de Janeiro. 1980.
[vii] CURY, Augusto. 12 semanas para mudar de vida. Ed. Planeta.  Rio de Janeiro. 1998.

Marcos Paterra (João Pessoa/PB) é membro da Rede Amigo Espírita é articulista e membro do movimento espírita paraibano, colaborador de diversos sites e jornais espíritas


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