A CRIAÇÃO SOB O OLHAR DE LUANDA
Na manhã do terceiro dia, Ele percebeu que o mundo estava pronto. Mas olhando atentamente para sua criação percebeu que algo lhe faltava. Desejou que tivesse mais vida. E assim o ornamentou com diversas cores. Plantas, flores e frutos cobriram a terra e o resultado deixou o Senhor dos mundos feliz.
Ficou admirando-o com carinho. Com o amor de quem faz com cuidado. De quem admira e sorri para o resultado da materialização da sua vontade. Com o olhar de quem quer proteger o que criou.
Então, deu-lhe um grande abraço, energizando sua criação que estava viva. Porém, sentiu-se só. Desejou repartir com outrem a maravilha que agora tinha em seus braços. Quem convidaria para estar ao seu lado?
Pensou em seres que pudessem preencher todas as extensões do novo mundo. Que pudesse aproveitar as águas, os solos, as matas e o céu. E pensando em cada uma destas estruturas, criou-os com peculiaridades necessárias a cada ambiente, acrescentando detalhes para que cada um dos seres convidados à vida pudesse viver adequadamente em seu habitat.
Quanta beleza, quanto movimento, quantos lindos sons foram surgindo, encantando o Senhor que continuava a amar a construção que vinha fazendo. Amava intensamente cada criatura criada. E quanto mais amava mais criava. E quanto mais criava, mas aperfeiçoava-se na sua capacidade de criação.
Animais de muitas cores passaram a percorrer a terra que produziu. Caminhavam pelos espaços embelezando e aproveitando o que o Senhor os havia dado e, felizes, agradeciam o presente da existência. Comunicavam-se e tentavam conviver em harmonia. Mas com o passar do tempo, esta prática tornou-se difícil, pois foram crescendo em número e já não comportavam os espaços que eram seus. E foram penetrando nos espaços alheios de forma educada e gentil no início. Porém, depois, de forma agressiva e dominadora.
O Senhor entristeceu. Não queria tira-lhes a vida. Não queria reduzir as espécies. Não queria perder nenhum dos seus filhos, assim os considerava: filhos. Então, percebeu que era preciso ensinar-lhes como dividir. Como compartilhar e conviver. Mas como faria isso?
Amou-os muito mais do que já os amava, acreditando que a luz do seu amor os iluminaria. E ao amá-los cada vez mais, desejou que eles estivessem mais perto de Si. Então, construiu um caminho, iluminado para que chegassem até Ele. E respeitou-os, respeitando o tempo necessário de cada um para chegar ao seu encontro.
Mas não ficou a esperar de braços cruzados. Olhos atentos de pai guiavam-no para ações necessárias que orientasse, protegesse e auxiliasse cada um deles em sua travessia.
Sofria toda vez que via um de seus filhos pegar o caminho errado, o que atrasaria a sua chegada, mas compreendia e respeitava suas escolhas. E, embora não se intrometesse em suas decisões, encaminhava-lhes de pequenos a grandes sinais para que a lembrança do caminho até Ele permanecesse em seus planos de vida.
E, tomado pela alegria, comemorava a cada chegada. A cada passo que os aproximava. A cada decisão que os trazia de volta para o caminho de encontrá-Lo.
Através desta forma distinta de contar-lhes sobre a Criação, convido-os a refletir sobre o Amor do Pai, sobre nossa relação com Ele e sobre os seus ensinamentos. A não expressão do nome do Senhor Jesus não indica sua inexistência e nem a do seu papel como nosso maior exemplo. Sua presença se faz presente. Chamei-o de Amor. E, inspirada pelo contador de histórias que Ele foi, deixei a história da criação tomar vida, através das minhas impressões e sentimentos, e caminhar até vocês para que possamos refletir. E proponho, como uma oração, um caminhar de acordo com as Leis de Amor do Pai e com os exemplos do Filho.
Que possamos fazer o mesmo. Amar o Pai e desejar reencontrá-lo. E diante deste amor, respeitar e compreender o tempo de cada um em sua caminhada a Deus, incluindo o nosso próprio tempo.
Que possamos caminhar juntos lado a lado, auxiliando-nos mutuamente no que for preciso para alcançar o objetivo maior: encontrar o Pai.
Que possamos amar muito. Cada vez mais, aperfeiçoando o nosso ser.
Que possamos conviver em harmonia, respeitando o espaço um dos outros.
Que nosso olhar seja atento, para que possamos reconhecer os sinais que o Pai carinhoso nos envia.
Que sejamos firmes em nossas escolhas, não desviando a responsabilidade dos nossos erros (ler dificuldade) a outrem ou até ao Pai, porque só assim, ao reconhecê-los, podemos corrigi-los. Poderemos fazer diferente.
Que deixemos o Amor do Pai nos penetrar e iluminar, guiando nossos passos, nossos sentimentos, nossos desejos e nossas atitudes.
Que possamos amar uns aos outros como Eles nos orientaram, compreendendo, respeitando, perdoando, auxiliando, cuidando uns dos outros.
Que o Pai vos abençoe hoje e sempre.
Abraço carinhoso
Luanda
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